quarta-feira, 23 de maio de 2012

Roseira brava

Esta é a minha roseira brava, com as primeiras rosinhas do ano. Todos os anos a corto quase rente e todos os anos ela cresce como louca em todas as direções, cheia de força, cheia de viço. Um bocadinho como eu. Não foi por acaso que eu escolhi este nome para este meu espaço...







E, a propósito, e assim à laia de continuação da explicação da escolha do nome para o meu blog, lembrei-me de copiar para aqui este belo poema de Herberto Hélder.


“As mulheres têm uma assombrada roseira
fria espalhada no ventre.
uma quente roseira às vezes, uma planta
de treva.
Ela sobe dos pés e atravessa
a carne quebrada.
Nasce dos pés, ou da vulva, ou do ânus -
e mistura-se nas águas,
no sonho da cabeça.
As mulheres pensam como uma impensada roseira
que pensa rosas.
Pensam de espinho para espinho,
param de nó em nó.
As mulheres dão folhas, recebem
um orvalho inocente ..."

( in A Faca não corta o fogo, 2008)

13 comentários:

  1. Está muito bonita a roseira brava :)

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  2. Delicio-me entre a "roseira brava" lindinha e o metafórico poema - roseira - símbolo Mulher! És uma grande Mulher, Graça!
    Bj. Célia.

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  3. A roseira é sempre linda, brava ou não.

    O poema tem a marca de Herberto Helder. Sóbrio e frio como uma estátua. Uma "escultura" perfeita.

    Um beijo

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  4. Já me disseram que as roseiras devem ter podas drásticas todos os anos, falta-me sempre a coragem! talvez por isso as minhas roseiras não são grande coisa...
    Gosto bastante do nome de roseira brava.
    Bjs

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  5. Cá em casa não há roseiras bravas, nem mansas, até ver...
    :)

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  6. Rosa
    É sempre desígnio de mulher...

    (seus espinhos são outra conversa)

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  7. Lindas roseiras...

    bjo

    filhadejose.blogspot.com

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  8. Graça minha querida
    Tenho uma igual, gosto desses botões pequeninos e tão cheirosos, roseiras que trepam tenho 4 cores e das outras tenho 10 cores.

    Beijino e uma flor

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  9. Parece-me não ser uma roseira brava. Pelas rosas pequeninas e cor, julgo ser uma roseira de Stª Teresinha.

    Beijo

    Laura

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  10. Linda a roseira e o poema, que não conhecia. Costumo ensinar a metáfora recorrendo a uma rosa. Vou começar a usar este poema...com os maiorzinhos.:))
    beijinhos

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  11. Também tenho uma roseira parecida com esta que se enrola por todo o lado!
    Brava ou não, ela lá vai resistindo!
    Quanto ao poema é lindo mas sabem lá os homens, mesmo os poetas, o que pensam as mulheres?! :-))

    Abraço

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  12. Ai o menino Rui, tão maroto!...

    Laura, são mesmo rosinhas de Stª Teresinha, mas a roseira é brava, brava!

    Pois não, Rosa dos Ventos, os homens não sabem o que as mulheres pensam - e elas, às vezes, também não...

    Lindo comentário, Rogerito...

    Nina, cuidado com o que eles podem ver no poema...

    Obrigada, Célia, e a todos.

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  13. Tão lindas roseiras e tão belo poema. Adorei.

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